Desde o final do século XIX, muitos espanhóis – principalmente os que residem no sul do país – passaram a sentir que a Andaluzia está ligada vitalmente à al-Andalus (Iberia islâmica medieval) e que os desafios enfrentados por eles, hoje – e pelos europeus de maneira mais ampla –, exigem o reconhecimento dessa identidade e de sua continuidade histórica. Descobrindo-se herdeiros de uma identidade histórica profundamente marcada pela tradição islâmica (uma identidade insistentemente negada e apagada no discurso nacionalista espanhol), esses homens e mulheres descobriram que o Islã é parte integrante de suas vidas, perturbando sua identidade europeia, espanhola e andaluz. Nesse seminário, Charles Hirschkind discutiu a memória histórica como um meio de identidade religiosa, ou, mais precisamente, uma interpelação religiosa dirigida a um sujeito fora dos limites dessa religião. Embora seja comum pensar nos legados de al-Andalus como “culturais” e não religiosos, nenhum desses termos modernos faz justiça ao impacto perturbador do passado ibérico sobre aqueles que ouvem seu chamado. Com base na história do andalucismo, é colocada a seguinte pergunta: o que significa para um europeu cristão moderno ser o herdeiro de um passado muçulmano?
Professor do departamento de História em Princeton e diretor do Laboratório de História Global da Universidade de Princeton, Jeremy Adelman falou no Cebrap sobre integração global, democracia e o estrangeiro. Adelman é autor de premiados livros como “Republic of Capital: Buenos Aires and the Legal Transformation of the Atlantic World” e “Worldly Philosopher: The Odyssey of Albert O. Hirschman”.
Nesta edição da série Diálogos Cebrap/Folha, Juliano Assunção (Climate Policy Initiative) e Xico Graziano (FGV/SP) debateram sobre meio ambiente, agricultura e políticas públicas. Mediação de Philippe Watanabe (Folha de S. Paulo).
Pedro Ferreira de Souza, sociólogo e pesquisador do IPEA, tem se destacado como especialista na trajetória histórica da desigualdade no Brasil e sua tese sobre o tema foi premiada pela Anpocs e pela Capes e virou livro editado pela Hucitec [“Uma História de Desigualdade”].
Em mais uma edição do Diálogos Cebrap/Folha, Ricardo Paes de Barros (Instituto Ayrton Senna e Insper) e José Marcos Pinto da Cunha (Nepo e IFCH/Unicamp) discutem o que motivou os cortes no Censo 2020 e os impactos esperados. Mediação da jornalista Ana Estela de Sousa (Folha de S. Paulo).
O economista Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central entre 1999 e 2002, tratou do papel do Estado e de propostas para diminuir a desigualdade no Brasil.
No seminário, João José Reis, um dos maiores especialistas em história da escravidão no Brasil, fala sobre seu novo livro, que será lançado ainda esse ano, a respeito de uma greve de carregadores africanos em protesto contra um imposto e outras medidas de controle policial criados por uma lei municipal. Trata-se da primeira na história brasileira a interromper todo um setor vital da economia urbana. Parceria Cebrap e Mecila.
Numa parceria Cebrap e Mecila, o sociólogo Gabriel Kessler, da Universidade Nacional de La Plata, fala sobre o livro que dá título ao seminário e que trata da violência do Estado na Argentina pós ditadura e de como certas mortes comovem a opinião pública e outras não.