Foi lançado em maio o Observatório de Ações Afirmativas na Pós-graduação (Obaap). O Observatório decorre de pesquisa de pós-doutorado de Anna Venturini desenvolvida no IPP (Programa Internacional e Interdisciplinar de Pós-Doutorado do Cebrap) e no Afro-Cebrap (Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial do Cebrap).
Ele tem por objetivo monitorar editais de programas de pós-graduação (PPGs) e resoluções de universidades públicas que adotam ações afirmativas (AAs) em suas seleções. O site do Obaap contém um banco de dados com os editais de todos os PPGs com AA e todas as resoluções de universidades que adotaram essa medida na pós-graduação, além de artigos e outros materiais sobre a temática. O observatório disponibiliza, ainda, um mecanismo de busca que permite localizar os programas de acordo com filtros como área do conhecimento, nota da Capes e região.
“A criação do Obaap foi motivada pelo fato de haver uma escassez de dados públicos sobre ações afirmativas na pós-graduação”, destaca Venturini. O observatório conta com apoio do Instituto Serrapilheira e do Instituto Ibirapitanga.
O levantamento observou que, em 2018, havia 737 programas com políticas afirmativas. Ou seja, em quase quatro anos, 794 novos programas aderiram a esse tipo de política. Entre os 2.817 programas de pós-graduação da amostra, 45,4% não criaram ações afirmativas, e 0,2% não fizeram porque o número de vagas era inferior ao mínimo previsto na resolução da universidade. Além disso, 86% dos programas de pós-graduação com ações afirmativas estão nas universidades federais e apenas 14% em universidades estaduais.
O sistema de cotas (reservas de vagas para pessoas de grupos específicos) é o predominante entre as modalidades de ações afirmativas – adotado por 73% dos programas. Em seguida vem a modalidade de cotas + vagas suplementares (23,1%), cotas + bônus (4,6%) e vagas suplementares (3,5%). Alguns dos principais grupos beneficiados são: pessoas que se autodeclaram pretas, pardas e indígenas; pessoas com deficiência; quilombolas; pessoas trans, entre outros. Acesse o site do Obaap para saber mais sobre as diferentes modalidades de ações afirmativas mapeadas.