A nova edição da Novos Estudos reúne oito artigos e ensaio visual de Talita Zaragoza. A revista recebeu a nota máxima na avaliação Qualis Periódicos, realizada pela Capes.
A Novos Estudos Cebrap lançou a sua 124ª edição, reunindo oito artigos e ensaio visual assinado pela artista plástica Talita Zaragoza. Abre a revista o artigo de Ludmila Ribeiro, que analisa os processos penais de mulheres presas por tráfico de drogas na cidade de Belo Horizonte, entre os anos de 2007 e 2017. Ao analisar os processos à luz da Nova Lei de Drogas, promulgada em 2006, a autora argumenta que as mulheres são tratadas mais severamente pela justiça, além de serem mais suscetíveis à prisão preventiva. Em seguida, Matheus Mazzilli Pereira analisa as relações entre movimentos sociais e partidos políticos a partir das interações entre o movimento LGBT+ e o PT. O exame desse fenômeno demonstra que as intersecções entre esses atores se sedimentam em encaixes partidários e eleitorais e são mobilizados por ativistas para influenciar as políticas públicas.
Carla Macedo Martins e Ana Lucia de Almeida Soutto Mayor analisam o filme Bacurau, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, discutindo as figurações em torno do projeto de nação e as formas de resistência das classes populares no Brasil contemporâneo. Colocando em diálogo a teoria urbana e a teoria política, Letícia Birchal Domingues recupera mobilizações no Brasil, no Egito, nos Estados Unidos, na Tailândia, na Turquia e na Espanha a partir de 2008 para debater a produção capitalista do espaço urbano, sua fragmentação e o aprofundamento de desigualdades na fase neoliberal do capitalismo.
A partir dos escritos de filosofia política de John Rawls, que considerava incompatíveis o liberalismo e o perfeccionismo político, Ricardo Corrêa de Araujo e Alceu Maurício Júnior propõem a ideia de liberalismo perfeccionista político como uma possibilidade para as democracias liberais. No artigo seguinte, Paula Montero, Renata Nagamine, Camila Nicácio, Guilherme Borges e Luma Góes tomam como ponto de partida a decisão do STF que reconhece a união estável entre pessoas do mesmo sexo para investigar a regulação judicial da homoconjugalidade no Brasil.
Partindo de questionamentos sobre como a agenda de direitos sociais presentes na Constituição de 1980 foi aceita pela elite política conservadora que liderou a transição democrática, o texto de Leonardo Martins Barbosa analisa documentos políticos que balizaram o projeto de “transição moderada” e de reorganização conservadora do PMDB, liderado por Tancredo Neves no início da década de 1980. Encerra a revista o artigo de Oscar Vilhena Vieira, Rubens Glezer e Ana Laura Pereira Barbosa que analisam o modo como o STF reagiu às investidas de Bolsonaro contra a Constituição e à conduta do ex-presidente em face da pandemia de Covid-19. Ao recuperar os ataques realizados entre os anos de 2019 e 2022, os autores argumentam que quanto mais Bolsonaro intensificava seus ataques, mais responsivo o STF passou a se mostrar.
A revista impressa conta ainda com o ensaio visual “Fragments”, da artista plástica Talita Zaragoza, uma série de pinturas onde a artista reúne uma coleção de mapas e de paisagens de memória como modo de explorar os diferentes pontos de vista sobre uma mesma composição. Segundo a artista, “as imagens tratam da relação do homem com a natureza e sua tentativa de catalogar e organizar as memórias da paisagem”.
A edição impressa da Novos Estudos 124 pode ser comprada no site da revista, no valor de R$50, ou pode ser adquirida dentro do plano de assinatura anual, no valor de R$120. Estudantes de graduação e pós-graduação recebem desconto na assinatura anual. Para saber como assinar a revista impressa, visite o link: https://novosestudos.com.br/assinatura. Os textos dessa edição podem ser lidos gratuitamente em http://novosestudos.com.br/produto/edicao-124/.
Novos Estudos é classificada com nota máxima na avaliação Qualis Periódicos
A Capes divulgou, no dia 29 de dezembro, a lista preliminar do Qualis Periódicos, a partir das apurações realizadas no âmbito da Avaliação Quadrienal 2017-2020. A revista Novos Estudos foi classificada como A1, a maior nota, em dezesseis áreas de avaliação, dentre as quais se destacam: Antropologia/Arqueologia; Artes; Ciência Política; Relações Internacionais; Direito; Economia; Educação; Filosofia; Interdisciplinar; Linguística e Literatura e Sociologia.
Entre 2017 e 2020, a Novos Estudos publicou 120 textos em doze edições, além de uma edição especial intitulada “Dinâmicas da crise”, publicada em junho de 2017. A revista publicou também ensaios visuais de Alice Miceli, Carla Chaim, Gabriel Giucci, Lalo de Almeida, Luli Penna, Maria Laet, Maxwell Alexandre, Regina Parra, Rosana Paulino, Rosângela Rennó e Santídio Pereira. Todos os artigos são de acesso aberto e podem ser consultados na página da revista na Coleção SciELO Brasil. Já os ensaios visuais e todo o acervo da revista, de seu primeiro número até a edição mais recente, podem ser consultados no site: https://novosestudos.com.br.