A íntegra de todos os Novos Encontros Sesc Cebrap

Em outubro e novembro de 2019, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc recebeu o Cebrap para mais uma série de seminários especiais comemorativos dos 50 anos da casa. Se a série anterior, as Jornadas Sesc Cebrap, apontou para novas agendas de pesquisa, os Novos Encontros Sesc Cebrap serviu para ligar passado e presente a partir do trabalho e das reflexões de quatro intelectuais que marcaram a história da revista Novos Estudos Cebrap.

Tudo começou em 17 de outubro com o filósofo José Arthur Giannotti, um dos fundadores do Cebrap, que tratou da contribuição de dois intelectuais revolucionários em seu campo de atuação, Ludwig Wittgenstein (1889-1951) e Martin Heidegger (1889-1976). Ao final da conferência, Giannotti fez uma ponte com os dias de hoje e, em tom melancólico afirmou que “em suma, a ideia de razão foi pro brejo”.

Em 24 de outubro foi a vez de um dos maiores estudiosos de cinema no Brasil, o crítico e professor Ismail Xavier. Em sua conferência, Xavier relembrou “Corrosão social, pragmatismo e ressentimento – Vozes dissonantes no cinema brasileiro de resultados”, artigo publicado em 2006 na Novos Estudos, com os olhos de 2019. Neste texto ele tratou dos filmes “Cidade de Deus”, “O Homem Que Copiava” e “O Redentor”. “O ressentimento é muito recorrente nos filmes brasileiros da virada dos anos 1990 pros anos 2000. Mas a ideia do ressentimento continua muito atual no Brasil, vide a eleição de 2018 (…) e isso tem muito a ver com as nossas fraturas sociais”, afirmou Ismail Xavier.

Em 31 de outubro, o historiador Fernando Novais relembrou, entre outras coisas, do germe do Cebrap: os Seminários Marx, que aconteceram de 1958 a 1964, e que reuniram intelectuais como Octavio Ianni, Roberto Schwarz, José Arthur Giannotti, Paul Singer e Fernando Henrique Cardoso. “A História explica para reconstituir, enquanto a Sociologia reconstitui para explicar”, refletiu Novais.

Por último, no dia 7 de novembro, os Novos Encontros Sesc Cebrap foram encerrados com a presença de Rodrigo Naves. Professor e um dos mais importantes críticos de arte do país, Naves publicou inúmeros artigos sobre artes plásticas na Novos Estudos – revista da qual foi também editor, de 1987 a 1996 -, entre os quais, “Um azar histórico: desencontros entre moderno e contemporâneo na arte brasileira” e “A complexidade de Volpi: Notas sobre o diálogo do artista com concretistas e neoconcretistas”. Nesta conferência, Naves falou de Volpi, Guignard, arte russa, arte oriental, Brasil e muito mais. “Boa arte é o que me tira do lugar, é o que me faz ser melhor do que sou”, pontuou Naves.

Leia Também

O Desafio Longeviver é um programa de formação e pesquisa que busca fomentar a produção de conhecimento sobre o envelhecimento da população brasileira e os desafios no mercado de trabalho. Esta edição da publicação conta com cinco artigos que relacionam o envelhecimento a outros marcadores de diferença e desigualdade como gênero, raça e classe. Além da apresentação […]

Foi lançado nesta quarta-feira (23), em Washington, o relatório “A Green and Just Planet – The 1.5 graus C Agenda for Governing Industrial and Financial Policies in the G20”, trazendo um conjunto de recomendações para a governança de políticas industriais e financeiras globais. O documento foi elaborado por um grupo de especialistas co-presidido pelas economistas […]

Foi com grande pesar e tristeza que o Cebrap recebeu a notícia da morte de Francisco de Oliveira, o Chico de Oliveira, neste 10 de julho de 2019. O sociólogo pernambucano tinha 85 anos e foi uma das figuras mais importantes da história do Cebrap, que presidiu de 1993 a 1995. Autor de textos clássicos […]

Dando prosseguimento às comemorações dos nossos 50 anos, o Cebrap promove, em nova parceria com o Sesc, as Jornadas Sesc Cebrap: Pesquisa e Futuro. Pensando em uma agenda para pesquisas em ciências sociais, especialistas debatem assuntos como tecnologia, práticas culturais, drogas, raça, mobilidade e políticas públicas. Todos os debates acontecerão no Centro de Pesquisa e […]