Cebrap.lab anuncia cursos do primeiro semestre

Numa época em que a quantidade de informações disponíveis é cada vez maior, e que a capacidade de analisar e interpretar essas informações é um diferencial para profissionais de diversas áreas, o Cebrap cria uma nova forma de difundir conhecimento analítico: o cebrap.lab, um programa de cursos aplicados de métodos, técnicas e ferramentas de pesquisa em Ciências Sociais. Esta iniciativa é destinada a pesquisadores que desejam atualizar seus conhecimentos, estudantes ou gestores públicos ou privados que lidam com pesquisa ou análise de informação.

Os cursos são pensados como laboratórios, com foco em grupos pequenos de participantes, possibilitando uma entrada prática no tema ou ferramenta em questão, contemplado exercícios práticos e experimentações. Os laboratórios são ministrados por pesquisadores que utilizam empiricamente a ferramenta em questão em suas pesquisas. Além de aspectos operacionais relacionados ao uso das técnicas, cada curso também envolve uma discussão introdutória sobre o método ou ferramenta, seus pontos fortes e limitações e os casos de pesquisa para os quais eles são mais adequados.

Cada curso têm duração de 20h, divididas em 5 dias de 4 horas. Todos os laboratórios ocorrem no período da manhã, entre 9h e 13h. O custo por curso é de R$ 400,00.

No primeiro semestre de 2018, serão oferecidos:

MARÇO [12 a 16] – Análise de dados qualitativos utilizando Atlas.ti, por Monise Picanço

ABRIL [16 a 20] – Programação em R, por Leonardo Barone

MAIO [14 a 18] – Captura de dados na Internet com R, por Leonardo Barone

JUNHO [18 a 22] – Análise de redes sociais utilizando Pajek, por Ana Carolina Andrada

Dúvidas no e-mail: cebrap.lab@cebrap.org.br

SOBRE OS CURSOS

Análise de dados qualitativos com Atlas.ti [20 horas], por Monise Picanço

A proposta do curso é fornecer ferramentas para potencializar a análise do material qualitativo coletado a partir de entrevistas, observação e anotações e/ou materiais documentais. Trabalharemos com o método da codificação, forma de análise que ganha corpo nas Ciências Sociais em meados de 1960 e se dissemina, sobretudo, a partir da construção dos softwares de codificação. Para compreender esse método, apresentaremos duas perspectivas analíticas que utilizam codificação [Grounded Theory e análise de conteúdo, modelos de indução e dedução]. A partir dessa discussão, faremos exercícios práticos com o software Atlas.ti e veremos como a leitura e a interpretação dos dados qualitativos podem ser aprimoradas com o uso de diferentes técnicas de codificação, fragmentação e cruzamento. O curso contempla ainda uma introdução às pesquisas do tipo qualitativas, em que se apresentam os pontos fortes e limitações dessa abordagem e os tipos de situações e problemas empíricos que favorecem seu uso. VAGAS ENCERRADAS.

Programação em R [20 horas], por Leonardo Barone

O curso oferece uma iniciação à lógica de programação e ao uso da linguagem R para organização, análise e apresentação de dados para pesquisa social. O foco do curso é o desenvolvimento da habilidade de programação para solução de problemas diversos relacionados ao manejo de dados com fins de pesquisa, com ênfase na análise exploratória de dados e estatísticas descritivas. R é uma linguagem de código aberto e desenvolvimento comunitário e se tornou uma das linguagens de programação e análise de dados mais populares em diversos campos científicos, inclusive nas ciências sociais, e profissionais. VAGAS ENCERRADAS.

Captura de dados na Internet com R [pressuposto: curso de R ou tutorial de preparação] [20 horas], por Leonardo Barone

O curso oferece uma introdução à captura de dados na Internet usando a linguagem R. Por meio de exercícios práticos, os participantes aprenderão estratégias de captura de páginas simples de internet, como páginas de Legislativos brasileiros e/ou de jornais com a finalidade de construir bases de dados úteis à pesquisa em ciências sociais. O curso contempla ainda uma rápida introdução ao uso de APIs de redes sociais [Twitter e Facebook] usando R. O requisito para participar do curso é ter tido exposição prévia à linguagem R ou realizar um tutorial de preparação antes do início das aulas. INSCRIÇÃO AQUI.

Análise de redes utilizando Pajek [20 horas], por Ana Carolina Andrada

Esse curso tem como objetivo apresentar conceitos gerais da análise de redes sociais, suas potencialidades, modos de operacionalização e limitações, de modo a permitir que os participantes do curso sejam capazes de utilizar essa metodologia em suas pesquisas. Serão enfatizados principalmente os aspectos operacionais da metodologia, de modo que os participantes entendam todos os passos presentes na utilização dessa metodologia: desde a coleta dos dados relacionais e leitura dos dados pelo programa à realização de medidas e visualização das redes. Essa atividade será desenvolvida com o uso do software Pajek, programa especialmente desenvolvido para a visualização e análise de dados relacionais. INSCRIÇÃO AQUI.

SOBRE OS PROFESSORES

Monise Fernandes Picanço
Socióloga. Pesquisadora do Núcleo de Desenvolvimento do Cebrap desde 2010 com experiência nos temas: sociologia dos mercados, sociologia da gestão, mercado de trabalho, pobreza, inclusão produtiva, desigualdades sociais, educação, políticas públicas e cultura. Professora de Metodologia e Análise qualitativa com uso do software Atlas.ti, com passagem pelo Programa de Treinamento Intensivo em Metodologia Quantitativa da UFMG [MQ-UFMG] e Metodológicas CEM [USP]. Doutoranda em Sociologia pela Universidade de São Paulo [USP]. Possui Mestrado em Sociologia pela mesma instituição, onde também cursou Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais. Foi pesquisadora associada ao Centro de Estudos da Metrópole entre 2010 e 2017 e atuou em projeto com parceira com o Ministério do Desenvolvimento Social sobre inclusão produtiva de beneficiários de políticas sociais do Governo Federal [2014-2016].

Leonardo Sangali Barone
Pesquisador de Pós-Doutorado no Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo [DCP-USP], especializado em métodos quantitativos, avaliação de políticas públicas e ciências sociais computacionais. Professor de programação, estatística e métodos de pesquisa para ciências sociais na IPSA-USP Summer School on Methods and Concepts in Political Science and International Relations, do Programa de Treinamento Intensivo em Metodologia Quantitativa da UFMG [MQ-UFMG] e no DCP-USP. Foi pesquisador do Centro de Política e Economia do Setor Público da FGV-SP [CEPESP, 2007-2014], Centro Brasileiro de Análise e Planejamento [CEBRAP, 2011-2013], do Centro de Estudos da Metrópole [CEM, 2012-2014] e Instituto Empreender Endeavor [2014]. Foi pesquisador bolsista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [IPEA, 2011-2013]. É Mestre e Doutor em Administração Pública e Governo pela FGV-SP, com trabalhos sobre partidos políticos e eleições, Bacharel em Administração de Empresas pela FGV-SP, Bacharel em Ciências Sociais pela FFLCH-USP e atualmente é estudante de graduação em Matemática Aplicada e Computacional no IMEUSP.

Ana Carolina Andrada
Socióloga com experiência nas áreas de educação, mercado de trabalho, políticas públicas e cultura. Professora de Análise de Redes Sociais, tendo passado por instituições como a Flacso [México]. Atua como pesquisadora do Cebrap desde 2010 e foi pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole [CEM] entre 2007 e 2017, participando do planejamento, condução e análise de pesquisas de abordagem quantitativa e qualitativa. Graduada em Ciências Sociais [USP] e Jornalismo [Faculdade Casper Líbero], é mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Atualmente é doutoranda em Sociologia na mesma instituição, desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre a escolha de carreira universitária entre estudantes do Ensino Médio.

Leia Também

Mais uma vez o Cebrap está na lista dos melhores Think Tanks do mundo segundo avaliação da Universidade da Pensilvânia [Penn University]. Na edição 2018 do ‘Global Go To Think Tank Index Report’, o centro de pesquisa fundado em 1969 está na 40ª posição mundial das instituições com excepcionais programas de pesquisa em política pública […]

“‘Eu sou uma visionária.’ É assim, racional e sem falsa modéstia, que Elza Salvatori Berquó costuma se apresentar a novos interlocutores. De fato, quinze minutos de conversa bastam para comprovar que a definição cai muito bem a esta matemática de 92 anos, com mais de sessenta deles dedicados a transformar dados estatísticos em inéditos estudos […]

Em mais um seminário da série ‘Cebrap 50 anos, obras fundamentais’, Andrea Loyola (IMS/UERJ), Magda Isabel (UFSCar) e Tania Lago (Santa Casa) discutiram a importância e a atualidade dos trabalhos de Elza Berquó, uma das fundadoras do Cebrap, no campo dos estudos de reprodução e também nas discussões raciais, especialmente das mulheres negras. Confira o […]