Coordenação: Débora Alves Maciel e Marta de Assis Rodriguez
O projeto investigar o controle do protesto em São Paulo entre junho de 2013 e o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 partindo da abordagem do confronto político. Focaliza os processos de encadeamento das respostas governamentais (policiamento, negociação política, mudança legal, vigilância, processos criminais) e de seletividade do controle estatal. Duas hipóteses gerais orientam a pesquisa. Primeira: o controle foi contextual e seletivo. Em 2013-2014, com o efeito surpresa dos protestos, as Copas (Confederações e Mundial) e as eleições, os alvos comuns dos governos locais e federal foram black blocs e os protestos antiCopa. Em 2015-2016, com a polarização nas ruas e crise nas instituições, o controle se bifurcou: repressão do protesto anti impeachment e facilitação do protesto pro impeachment. Segunda hipótese: junho de 2013 pôs em circulação competitiva repertórios institucionais repressivos (lei e ordem) e responsivos (direitos humanos). Os dados resultam do mapeamento da interação movimentos sociais e Estado em diferentes arenas (manifestantes versus polícia nas ruas; defensores de ativistas versus agentes penais e redes de direitos humanos versus o Estado brasileiro) e da reconstrução do processo político local e nacional. A pesquisa combina variadas metodologias (análise de eventos de protesto, de redes sociais e de ações e decisões judiciais) e diferentes níveis de observação: i) protestos, inquéritos policiais, ações e decisões judiciais em São Paulo; ii) mobilizações de direitos humanos em escalas local, nacional e internacional.
Financiador: FAPESP (Auxílio a pesquisa)