Ao longo da 1ª fase, desenvolvemos atividades de avaliação de políticas públicas em projetos junto às prefeituras. Em 2004, aplicamos um survey aos 40% mais pobres de São Paulo, baseado em pesquisa similar realizada pelo Cebrap em 1991*, visando comparar os resultados das duas pesquisas, assim como ampliar as informações coletadas até então.
Seguindo essa trilha, o projeto pretende caracterizar a distribuição dos grupos sociais no espaço e especificar o acesso dos mais pobres a políticas sociais e serviços públicos, em especial equipamentos educacionais, observando sua evolução temporal e sua qualidade e analisando os seus determinantes sócio-culturais e políticos.
Nessa etapa, procuraremos aprofundar as análises já iniciadas em três direções. Primeiro, testaremos o papel da região de moradia como fator explicativo das condições de vida e acesso a serviços públicos, identificando seu papel na segregação social e na formação de redes sociais, assim como na presença de desigualdades ambientais. Do ponto de vista metodológico, intensificaremos o uso de modelos estatísticos, inclusive espaciais, para testar resultados já obtidos e desenvolver novas hipóteses.
Finalmente, aprofundaremos nossos estudos de “avaliação de políticas”, procurando inovar em metodologias e análises de “impacto de políticas” e ampliar as políticas tratadas, incorporando políticas de transferência de renda.
Coordenação: Haroldo Torres, Argelina Figueiredo
Pesquisadores: Sandra Gomes, Thais Pavez, Eric Daniele
* Em 1991, o CEBRAP desenvolveu uma ampla pesquisa na Região Metropolitana de São Paulo com a população de mais baixa renda. Foram abordados vários aspectos de suas vidas, como as condições de acesso a políticas públicas (especialmente saúde, educação e previdência), condições de trabalho e de acesso ao mercado, associativismo, redes de relações comunitárias e percepções sobre o sistema político (adesão aos valores democráticos, autoritarismo, comportamento político).
A pesquisa forneceu um amplo panorama sobre as condições de vida e algumas percepções compartilhadas pelos mais pobres, abrindo caminho para a realização de estudo similar em 2004. A comparação dos resultados dessas duas pesquisas permitirá avaliar a evolução das condições de vida da população mais pobre.